terça-feira, 13 de julho de 2010

Vendedor de Sonhos

Quero ser vós!
Quero despersonalizar-me
E oferecer-vos o Mundo.

Divido os meus eus
Contigo e ateus.
Dou-vos a minha alma,
Os seus frutos e sentimentos
Todos os momentos,
Ainda que apenas partilhe
Os Seus ensinamentos.

Sinto a cor e a vida,
Vivo cada instante.
O sorriso, a inocência
de cada infante.

Mais,

Sinto a nostalgia e tristeza
Dos vividos do muro.
Aqueles que, conformados com o passado
pedem dívidas ao futuro.

Eu? Eu não sei quem sou.
A merceeira, os meus primos
os meus pais e amigos.
Só sei que quero episódios
E as vossas estórias.
Quero tristezas e glórias,
para que as transforme,
Pois sou um vendedor de Sonhos.

Casapio Di Caffi

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O Rato que Ruge

Quando ingressei no curso de ciência política não tinha a noção do quão distantes estavam o campo das ideias e o mundo sensível, ou melhor dizendo, o que separava o ser do dever ser. No entanto, tenho colocado os pés na terra gradualmente e o meu ideal kantiano tem cedido um pouco perante a vontade de poder de Nietzsche. O realismo político que a minha juventude desdenha é o mesmo que vislumbro do outro lado da cortina do poder associada a negociatas no mínimo estranhas, a concursos públicos duvidosos e a uma incongruência de ideias que me fazem pensar se Pareto não estava correcto quando abordava os resíduos ou ideias instrumentais para a mobilização das massas na conquista do poder. Certo ou errado, ele teve a visão de águia que separou as águas: elite e massas.