terça-feira, 1 de maio de 2012


Amigos bloggers,

Peço desculpa por esta demorada ausência. Regressei apenas para vos agradecer o tempo que partilharam comigo nesta humilde viagem e por tudo o que me ensinaram.

Agora estou presente no seguinte blog: http://zonacritica.blogs.sapo.pt/. Sou um dos colaboradores e assino com o meu nome de baptismo: Frederico Aleixo.

No entanto, continuarei a seguir-vos atentamente (até porque manterei esta conta) e a aprender convosco todos os dias.

Cumprimentos do Humilde Aprendiz

sábado, 15 de janeiro de 2011

Eu corro

Eu corro

Régua e esquadro,

Geometria do obstáculo

Num andar cuidado da Razão.

É a soma de passos,

Resultado de um cálculo,

Eis a perfeição.


Mas não quero,

Sempre fui humano.

Ser da errância,

Emoção e desejo,

Do abraço e beijo,

Da tela manchada e colorida.

Produto da irreverente genica,

Eis o artista.


Prefiro ser diferente,

Prefiro correr.


Casapio di Caffi

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O moderador




A aproximação temporal das eleições presidenciais de 2011 estimulam o debate e o esclarecimento em relação às funções da principal figura da nossa república democrática: o Presidente da República.

É o único órgão unipessoal sufragado e a sua importância é patente na representação que oferece da unidade nacional e da nossa soberania. A sua acção política deve ser alinhada na manutenção do regular funcionamento das instituições.

Apesar da sua importância, o Presidente da República não tem poderes executivos e muito menos legislativos; é um poder moderador. Deve zelar pelo bom exercício das restantes instituições democráticas e pelo cumprimento da Constituição.

Em relação às suas funções, está instalada no senso comum a ideia de que o Presidente é inútil ou simbólico, quanto muito válvula de segurança do regime político, de modo a evitar ou sarar crises políticas. Devo dizer que esta é uma visão de curto alcance. Outro preconceito igualmente presente na sociedade portuguesa é a interpretação negativa dos poderes presidenciais, cuja importância é adquirida com a dissolução da Assembleia da República, após consultar os partidos nesta representados e o Conselho de Estado ou a demissão do Governo após auscultação do segundo órgão referido, para além do veto. Também não está correcta.

O Presidente da República desde logo tem o poder da palavra. A competência de alertar o país através de comunicações à Assembleia da República, podendo inclusivamente convocá-la extraordinariamente, ou por acções próprias em relação a assuntos que considera prementes de serem resolvidos. Deve assumir o papel de mobilizador de causas e de autoridade no que concerne à denúncia de injustiças e irregularidades presentes no contexto social. Pode comunicar pelos discursos e iniciativas de contacto com a população.

Trata-se igualmente do Comandante Supremo das Forças Armadas e participa na condução da política de defesa, aconselhando o Governo ou presidindo o Conselho Superior de Defesa Nacional, entre outras funções. No plano das relações externas ratifica os tratados internacionais e nomeia embaixadores e enviados extraordinários, ainda que sob proposta do governo.

Mas acima de tudo, é um órgão que fiscaliza a legislação emanada da Assembleia da República ou os diplomas do Governo. Pode vetar politicamente, de acordo com a sua visão ideológica, ou pela sua inconstitucionalidade, após verificação do Tribunal Constitucional. E é preciso não esquecer que é o Presidente quem nomeia o Primeiro-Ministro após ouvir os partidos eleitos para a Assembleia da República, e o governo após ouvir o supracitado chefe de governo.

Na minha opinião é um órgão com poderes ajustados e suficientes para não se imiscuir na governação de modo abusivo, nem para compactuar com um governo dono e senhor do rumo político de uma nação.

P.S: Este texto é um resumo das principais competências presidenciais, pelo que aconselho, para posterior aprofundamento da informação, a leitura da Constituição da República (título II) ou a consulta do seguinte site: http://www.presidencia.pt/

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Presidenciais


Caros Amigos,

Em primeiro lugar gostaria de pedir perdão pela longa ausência no exercício da escrita. Poderia desculpar-me com afazeres académicos ou associativos mas não estaria a ser sincero. Limitei-me à procrastinação.

Este meu entusiástico regresso à blogosfera deve-se às Presidenciais, umas eleições que não devem ser entendidas como menores para a escolha de um órgão unipessoal de limitada influência. Com efeito, embora a essência dos poderes do Presidente da República visem apenas o regular funcionamento das instituições e possuam um pendor negativo (dissolver, demitir e vetar), não se pode desvalorizar o peso que a sua palavra pode assumir na mobilização de causas e na política interna e externa do nosso país.

Neste sentido, os meus próximos textos visarão uma exposição crítica das competências presidenciais e uma análise cuidada dos debates e propostas dos candidatos.

Um bem-haja a todos!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Não sei...

Não sei porque razão
Mas escrevo Poesia.
Por arte ou necessidade,
Sei apenas que é tarde
E que o meu Mar de palavras
tem 21 portos de salvação.

[Os meus dias são versos,
Os meus meses são quadras,
Os meus anos são poemas.]

Então que a minha vida
Me encha de temas,
Me liberte da rotina
E me desvende o Ser.

Não sei porque razão
Mas escrevo Poesia,
Então que os problemas
Sejam a minha maresia,
Que me levem a escrever.
E que a escrita me leve a viver.
A razão? Prefiro não saber...

Casapio Di Caffi

terça-feira, 13 de julho de 2010

Vendedor de Sonhos

Quero ser vós!
Quero despersonalizar-me
E oferecer-vos o Mundo.

Divido os meus eus
Contigo e ateus.
Dou-vos a minha alma,
Os seus frutos e sentimentos
Todos os momentos,
Ainda que apenas partilhe
Os Seus ensinamentos.

Sinto a cor e a vida,
Vivo cada instante.
O sorriso, a inocência
de cada infante.

Mais,

Sinto a nostalgia e tristeza
Dos vividos do muro.
Aqueles que, conformados com o passado
pedem dívidas ao futuro.

Eu? Eu não sei quem sou.
A merceeira, os meus primos
os meus pais e amigos.
Só sei que quero episódios
E as vossas estórias.
Quero tristezas e glórias,
para que as transforme,
Pois sou um vendedor de Sonhos.

Casapio Di Caffi

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O Rato que Ruge

Quando ingressei no curso de ciência política não tinha a noção do quão distantes estavam o campo das ideias e o mundo sensível, ou melhor dizendo, o que separava o ser do dever ser. No entanto, tenho colocado os pés na terra gradualmente e o meu ideal kantiano tem cedido um pouco perante a vontade de poder de Nietzsche. O realismo político que a minha juventude desdenha é o mesmo que vislumbro do outro lado da cortina do poder associada a negociatas no mínimo estranhas, a concursos públicos duvidosos e a uma incongruência de ideias que me fazem pensar se Pareto não estava correcto quando abordava os resíduos ou ideias instrumentais para a mobilização das massas na conquista do poder. Certo ou errado, ele teve a visão de águia que separou as águas: elite e massas.