domingo, 24 de agosto de 2008

Como uma janela...



Quando abro uma janela e vislumbro a lua, as estrelas e a imensidão do Universo, ocorre-me que somos pequenos átomos destituídos de qualquer importância, de qualquer hierarquia ou de algum estatuto.

O Homem com receio da sua pequenez, cria uma História paralela para que o seu trajecto e os seus feitos não sejam esquecidos, pretendendo para si um antropocentrismo como afirmação do grande ser que é. Contudo está também imbuído do erro, o motor da evolução.

A ciência não é mais que a produção de conhecimento com base na prática experimental, uma verdade absoluta até verificar-se uma crise e uma nova revolução científica que impõe um novo paradigma. Concordo absolutamento com Kuhn. O Mundo está em perfeita transformação e é a humildade de reconhecer o erro e procurar mais conhecimento que nos permite auferir deste progresso incessante.

No século XIX, o médico alemão Emil du Bois-Reymond (1818-1896) já dizia: "ignoramus et ignorabimos" ou "Somos ignontes e continuemos a sê-lo", reiterando aquilo que Sócrates (469-399 a.C.) terá dito há séculos atrás: "Só sei que nada sei". Se os grandes afirmam-no, por alguma razão será. E repare que nunca a ousadia de alguém interpelou esta verdade que parece ser a única: Nada sabemos.

Por essa razão escolhi este nome para o Blog. Sinto-me aberto às minhas falhas para que as possa remediar sempre em busca de mais e novo conhecimento. Como uma janela aberta à lua, às estrelas, ao Universo.



Imagem: Pensador de August Rodin (1840-1917)

1 comentário:

Meggy disse...

Seria suposto, aprendermos com os nossos erros, mas nem sempre é fácil apercebermo-nos deles. Ou reunir a força necessária para os corrigir.

Obrigada pelo comentário e parabéns pelo blogue.